Atrésia Esofágica

Atrésia Esofágica


O que é atrésia esofágica?
É uma anomalia congénita, em o esófago (tubo que liga a boca ao estômago) não se desenvolve de forma adequada. Nestes bebés o esófago apresenta uma porção superior e outra inferior que estão separadas, sem ligação entre elas, ou com uma ligação estreita ou anormal, impedindo a passagem dos alimentos da boca para o estômago e/ou causando dificuldade respiratória.
Na maioria dos casos existe associada uma fístula traqueo-esofágica (ligação anormal entre o esófago e a traqueia, que integra o sistema respiratório), permitindo alguma passagem de líquido amniótico e dificultando o seu diagnóstico.

Como é que acontece?
Acontece devido a uma divisão anormal do intestino primitivo.
Pode ocorrer isoladamente, ou associada a outras anomalias, sobretudo cardíacas e/ou cromossómicas (T18 ou T21). 

Que outros exames podem ser realizados?
Ecografia morfológica para excluir anomalias associadas e ecocardiografia fetal (avaliação cardíaca detalhada).
Para excluir alterações no número ou estrutura dos cromossomas poderá ser realizado estudo invasivo – amniocentese.   

Como vai ser feita a vigilância da gravidez?
A vigilância é feita por ecografia, repetida a cada 2-4 semanas, para avaliar o crescimento fetal, o líquido amniótico e/ou excluir outros defeitos associados. 

O que significa para o meu bebé antes do nascimento?
Estes bebés podem apresentar um crescimento inferior ao esperado, devido à menor circulação e absorção de líquido, no tubo digestivo.
O líquido amniótico pode estar aumentado − hidrâmnios, pela menor deglutição e pelo obstáculo à sua passagem, acumulando-se dentro da cavidade amniótica. Em alguns casos, quando associados a sintomas maternos e/ou risco de parto prematuro, pode estar indicada a realização de amniodrenagem (punção transabdominal do útero para retirar líquido amniótico − similar a uma amniocentese). 

O que significa para o meu bebé depois do nascimento?
Após o parto o recém-nascido será internado na unidade de cuidados intensivos neonatais para vigilância e confirmação do diagnóstico. No caso de se confirmar o diagnóstico, o tratamento é cirúrgico, nas 24-72 horas pós-parto. 
Poderá ser necessário mais do que uma cirurgia durante a infância, principalmente se o esófago do bebé ficar demasiado estreito para permitir a passagem da comida, se os músculos esofágicos não empurrarem a comida, de forma eficaz, em direção ao estômago, ou se os alimentos digeridos no estômago voltarem repetidamente para o esófago. São comuns as sequelas a longo prazo, como anomalias na motilidade esofágica, dificuldades na alimentação, refluxo, estreitamento ou aspiração.

Como e quando vai ser o parto?
O parto deve ocorrer, no termo da gravidez, num hospital de apoio perinatal diferenciado com unidade de cuidados intensivos neonatais e cirurgia pediátrica. Deve preferir-se o parto vaginal, estando a cesariana indicada por razões obstétricas.

Qual o risco de se repetir numa gravidez futura?
Quando a anomalia é isolada, o risco de repetição numa gravidez futura é igual ao da população em geral.
Se a anomalia estiver associada a alterações cromossómicas, o risco de recorrência está calculado em 1%.

 

Veja o folheto completo:

Folheto informativo - O que devem saber, o que devem perguntar

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